O amor nos seus aposentos sem luz, os quadros inacabados, a cama húmida e por fazer. Fui eu que escolhi a canção: um assalto ao pano friável da consciência. A noite estava enrolada no seu ninho como um animal, acomodava para nós o ventre ainda frio. Já não valia a pena perguntar que diabo estava eu a fazer ali, sem dinheiro e sem saber ao certo onde. Tu tiraste a roupa e revelaste o cenário que me testemunharia. Rui Pires Cabral