É bom estarmos atentos ao rodar do tempo O outono por exemplo tem recantos entre dia e noite ao pé de certos troncos indecisos cercados um por um de sombras envolventes Rente às árvores vamos, húmidos humildes Dizem que é outono. Mas que época do ano toca nestas paredes que roçamos como gente que vai à sua vida e não avista o mar, afinal símbolo de quanto quer, ó Deus, ó mais redonda boca para os nomes das coisas para o nome do homem ou o homem do homem? Banho lustral de ausência é este tempo de pés postos na terra em puro esquecimento E vamo-nos perdendo de nós mesmos, vamos dispersos em bocados, vítimas do vento ficando aqui, ali, nalgum lugar que amamos Nada mais do que a terra há quem ao corpo nos prometa Quem somos? Que dizemos? Reúna-nos um dia o toque da trombeta Ruy Belo