E eu tinha os olhos cheios, mas tão cheios de luz, que se fechasse as pálpebras ela jorraria em pranto, como pranto abrindo-se em flores orvalhadas. A luz cavava sulcos em meu cérebro, aligeirando-o como à árvore o vento que lhe atira os frutos ao chão, e aí, libertas, as folhas frondejam nas alturas com um novo frémito. A luz cavava sulcos em meu cérebro e corria-me pelas veias, lenta, calma. Ággelos Sikelianós, trad. José Paulo Pães