Emigrante e imigrante de mim mesmo, sem passaporte sigo nos mares e ares. Não me atrapalha o mundo e seus lindes, e cruzo qualquer pátria clandestino. Limites impressos em códigos e mapas não são fronteiras, não, para um poeta. Inferno é o mundo máximo. O resto, pegadas vãs – pó e pó, barro no barro. Vou e volto dentro do eu-planeta, ao sopro do poema – vento no velame do barco da carne. O corpo voa! Não me detém o mundo: suas alfândegas, feitas de mofo, o vento as leva - enquanto chego e parto a qualquer hora. Fernando Mendes Vianna