Cansei de andar em busca do destino e tranquilo retraço meu caminho. Para curar melancolias fundas, há sempre mais um hausto que permite viver um pouco mais, se é isto vida. Ouço ainda o ruído das batalhas terminadas. Vencidas ou perdidas, foram batalhas de uma guerra santa em que ao nascer acaso me alistassem. Assim posso dar fé que a morte obscura de quantos vão ficando no caminho, bem mais do que parece, ofusca o brilho das falsas aparências de vitória dos que falam mais alto e se confundem. Confundem-se os que gritam, confundindo os que ouvem e não sabem que os caídos dizem mais no silêncio em que caíram, dizem mais e mais fundo, enquanto a voz oprimida e apagada fere o nervo exposto a golpes sempre repetidos. Retraço no que posso meu caminho aberto pela quilha entre os sargaços imensos deste mar, ora parado, ora coberto de ondas pelo vento que sopra não de um ponto, mas de vários, para provar a força, não do braço, mas do ânimo que imprime rumo ao barco. Reynaldo Valinho Alvarez