Minha casa é um refúgio De noite quando o sono não chega vou até o portão para fumar um cigarro O homem protegido sob uma pequena marquise de uma garagem fala sozinho igual ao meu filho quando brinca O homem imita conversas e revolve uma sacola de supermercado Afasto-me do poema que os olhos espiões poderiam indicar Refugio-me entre artigos da casa Aquele homem sob a marquise permanece inabordável Heitor Ferraz Mello