Sempre a invisibilidade esculpi abstraindo da pedra a forma fácil e, contra os sentidos, negando até cada artifício em que me refletisse. Olhar e tato, agentes do pensamento de quem esculpe, dão acesso ao ser que a escultura da matéria, pascento ao longo da história, revelar quer. Fiz de mim a não forma que no vácuo entre golpe e golpe o escultor em dúvida não perfaz nem cessa de acometer: desta iminência veio à luz um sólido de insuspeitável visibilidade, um ser-de-ar que refuta o buril. Horácio Costa