Como quem, vindo de países distantes fora de si , chega finalmente aonde sempre esteve e encontra tudo no seu lugar, o passado no passado, o presente no presente assim chega o viajante à tardia idade em que se confundem ele e o caminho. Entra então pela primeira vez na sua casa e deita-se pela primeira vez na sua cama. Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças, cidades, estações do ano. E come agora por fim um pão primeiro sem o sabor de palavras estrangeiras na boca. Manuel António Pina