Aqui Onde o espaço é quase tudo E o tempo quase nada Escrevo estas palavras de ouro E de veludo Vestidas de uma manhã quase terminada. Aqui Contemplo as arribas, senhoras do momento, Magestosas, sábias e escarpadas E em cada coral brilhante e de paz sedento Sou comandante da minha própria alma. Aqui Ouço, ao longe, um cantar jamaicano Que traz o doce desejo de um não chorar De mulher (Curioso….!), Quando o horizonte, azul e luxuriante, Pisca o olho a um sereno carpir masculino, deitado na areia, Abraçado pela força daquela que está Ali mesmo ao lado, em afago simples e cristalino… Aqui Um veleiro espreita a orla da praia Na esperança de momentos menos árduos, Ancorados em sonho E azul celeste. Aqui Onde os deuses dormem, em beliche, Com este cenário à cabeceira, Ouvem o rumor da minha respiração. Na felicidade, Há sempre um momento em que se está só. Este é o lugar. V.G.