Tua carne é a graça tenra dos pomares e abre-se teu ventre de uma a outra lua; de teus próprios seios descem dois luares e desse luar vestida é que ficas nua. Ânsia de voo em asas de ficar de ti mesma sou o mar e o fundo. Praia dos seres, quem te viajar só naufragando recupera o mundo. Ritmo de céu, por quem és pergunta de uma azul resposta que não trazes junta vitral de carne em catedral infinda. Ter-te amor é já rezar-te, prece de um imenso altar onde acontece quem no próprio corpo é céu ainda. Vítor Matos e Sá