Invento-terecordo-te distorço a tua imagem mal e bem amada sou apenas a forja em que me forço a fazer das palavras tudo ou nada. A palavra desejo incendiada lambendo a trave mestra do teu corpo a palavra ciúme atormentada a provar-me que ainda não estou morto. E as coisas que eu não disse? Que não digo: Meu terraço de ausênciameu castigo meu pântano de rosas afogadas. Por ti me reconheço e contradigo chão das palavras mágoa joio e trigo apenas por ternura levedadas. Ary dos Santos