quando o poema são restos do naufrágio do espaço interior numa furtiva luz desesperada, resvalando até à superfície, lisa, firme, compacta, das coisas que todos os dias agarramos, quando o poema as envolve numa aura verbal e se incorpora nelas, ou são elas a impor-lhe a sua metafísica e o espaço exterior que povoam de temporalidades eriçadas, luzes cruas, sons ínfimos, poeiras. Vasco Graça Moura