Saio da cama pela fenda do lençol e fecho-a sobre ti. Toco o chão ao de leve, como uma ave repousa na pele das ondas. Visto-me às escuras - tão mais discreta a blusa do avesso, a saia tão distraída nas costuras. Vou para a cozinha de sapatos na mão e escrevo-te um bilhete: deixei-te um beijo sobre a tua almofada antes de sair. Não preciso assinar. Maria do Rosário Pedreira