Melhor seria que não me lessem nunca os que por costume lêem poesia. Muito além deles conseguir falar ao que chega a casa e prefere o álcool, a música de acaso, a sombra de alguém com o silêncio das situações ajustadas. Não ser lido por quem lê. Somente pelos que procuram qualquer coisa rugosa e rápida a caminho de uma revista onde fotografaram todo o ludíbrio da felicidade. Que um poema meu lhes pudesse entregar, ademais da morte, um alívio igual ao de atirar os sapatos que tanto apertam os pés desencaminhados. Joaquim Manuel Magalhães