Nunca diria mais luz embora não me desa­gra­dem estas dan­ças da tarde sobre os degraus nem as vozes metó­di­cas vin­das de uma lin­gua­gem que me é alheia como o são as flo­res na janela ou as ale­grias demo­ra­das. A minha casa é onde as som­bras se jun­ta­ram. Para elas dese­nhei lon­gas esca­das onde dor­mem quando esfria hipér­ba­tos sem-abrigo que nin­guém quer. Por isso, a luz tanto me faz. É sem­pre ao cre­pús­culo que desce o pri­meiro verso. Véu ou asa ras­gada, deusa complacente. Ivone Mendes da Silva