Por aqui andamos a morder as palavras dia a dia no tédio dos cafés por aqui andaremos até quando a fabricar tempestades particulares a escrever poemas com as unhas à mostra e uma faca de gelo nas espáduas por aqui continuamos ácidos cortantes a rugir cotidianamente até ao limite da respiração enquanto os corações se vão enchendo de areia lentamente lentamente Egito Gonçalves, in A viagem com o teu rosto