Quando me chamam, vou logo. E não reajo. Disfarço. E a cada ultraje, renasço com as artérias em fogo. Não falo do meu espanto. Quando recuso, não digo. (Conservo as vozes comigo a elaborar o meu canto.) E com maneiras discretas, vou criando o movimento que hei-de entregar, a seu tempo, às minhas asas quietas. Fernanda Botelho