Era um pássaro alto como um mapa e que devorava o azul como nós devoramos o nosso amor. Era a sombra de uma mão sozinha num espaço impossivelmente vasto perdido na sua própria extensão. Era a chegada de uma muito longa viagem diante de uma porta de sal dentro de um pequeno diamante. Era um arranha-céus regressado do fundo do mar. Era um mar em forma de serpente dentro da sombra de um lírio. Era a areia e o vento como escravos atados por dentro ao azul do luar. Cruzeiro Seixas