É verdade que sinto um imenso desprezo pelos poetas. Por todos os poetas. Esses seres ignóbeis que escrevem a palavra «estrela» e uma estrela, de súbito, nos queima os dedos distraídos. Uma vez esteve aqui um poeta. Escreveu a palavra «labareda». E ainda hoje as manchas do fogo sujam as paredes e os mosaicos vidrados da sala de reuniões do Conselho de Administração. José Carlos Barros