Tinta
Quando abri o frasco de tinta
E fitei a tinta
Encontrei um génio adormecido lá dentro
Assustei-me, a tinta manchou-me as pontas dos dedos
Tracei uma linha e outra
Tornaram-se ruas
E mais uma ou duas linhas
Chegaram os invasores
Um grupo de pobres veio em nossa defesa
O meu coração embriagado de orgulho e felicidade
Gaguejei um pouco
Divaguei um pouco
Ajudaram-me ou mataram-me os alfabetos
Queimaram-me a língua com balas
A tinta correu em todas as minhas veias
E o meu sangue correu nas veias dos jornais.
Abdel Karim Sabawi
Publicado em 30 de Dezembro de 2015