Foi a tua vontade. Mas agora sorri,
Mesmo que os montes & a serra te apertem.
Não pares. O rio salpica as margens,
Hoje de cobre & até ao fundo,
Onde a própria Terra jaz morta.
Mas agora toca-me na cara
Mesmo no teu voo da noite,
Poupando-me ao Inverno.
Para ti abro agora um espaço novo,
Num silêncio crepuscular: os pássaros calaram-se,
Para te restituir a música da chuva.

M. S. Lourenço