São poucas as palavras que restam,
e asseguro-te que estou bêbado que nem um cacho
(algo muito relativo, nem por isso mas vai bem ao drama);
Enfim, que importa aos mouros,
entre tantas pelejas inauditas,
que te sopre o amor dos derrotados
(daqueles que foram os mais viris entre os viris).
Eles, os mouros, me derrubarão do cavalo;
eles me tornarão inútil a espada,
eles farão da fé uma coisa vaga
(com sorte, não estarei para ver, deve ser terrível).
Não sei se sabem, suponho que saibam
(em quase todas as vidas é assim),
das dores efémeras, que são sempre,
dos desejos entreabertos,
de tudo e mais alguma coisa.
Certo, certo,
derrubaram meu cavalo,
e espetei-me no chão.
Acrobático.
Perante isso, que dizer?
Alguma superioridade, em ter sido, sem ter ido?
algum nome em ponte, nem que fosse do mais pequeno rio
(sei lá, a justificar qualquer coisa aos primos)?
Cavalo sem fortuna,
para lá de mapas, para lá de tempos,
bati-me mais ou menos,
sem outros predicados
(no meu dizer das cousas, tudo isto é muito).
Não falei, no entanto,
dos teus cabelos
Sir Thomas Berard