nada nos dirá
que foi daqui que vimos o mundo
ou aprendemos a dor de subir
a última manhã feita
sobre os nossos cabelos

o que disserem de nós estará certo
e será como uma luz junto aos olhos
para o lugar de onde me falas

e no entanto nada nos espera

apenas
o amor feito na escuridão das tendas
o lamber das borras do vinho
e uma garganta que se doira
ao despedir-se de ti

Bruno M. Silva