À medida das tuas coisas
dispus a casa, as paredes,
o cor-de-laranja da cozinha,
o pilar à vista na sala.
Abri as janelas e o mar
desenhou as linhas da água
sem saber o sal que comovia
e abatia as ondas na areia—
todo o sal fixado na medida,
na tua medida das coisas,
no silencio de sal, no vento de sal,
no sal da pele das palavras...
Dispus a casa, as paredes,
cada verde dos ciprestes e todos os pinheiros,
todas as dores dos dias sem luz,
cada palmo do espaço que tu não ocupas
onde a tua medida se desvanece.
Teresa Pascual, trad. Joaquim Feio