Depois de ti
o dilúvio: esgotaram-se as imagens
e não posso mudar o que diziam:
um esvaziamento, uma degradação,
que em pouco tempo tornam
o real absoluto no real possível:
e nunca mais hei-de sentir o mundo
tão alto como os versos e não o contrário,
e nunca mais poderei dizer a ninguém:
os teus olhos são tão belos como os teus olhos.

Pedro Mexia