Ouve, tu que não
pensas na tristeza das coisas –
escuta aquele pato selvagem
grasnando sobre um lago gelado
numa aldeia da montanha.
*
Nada restou
daquele vento tingido de flores
que encheu o meu jardim.
Aqueles que agora me visitarem
verão apenas neve caída.
*
Na praia de Matsuo
eu espero na escuridão entre os pinheiros
por alguém que nunca virá –
e como os montes de sal incandescentes,
também eu sou consumido pelo fogo.

Fujiwara no Teika