Multiplica-se o ar em indomáveis prodígios
que vai unificando em soberana leveza,
o mistério perfeito desdobrando em perspectivas.
Luz sobre a água, o sussurar das árvores
Voluptuosamente densas e aéreas.
Um tesouro se reparte em incessante dádiva
de presenças, de volumes, de sabor e forma
e é toda a luz já como deusa visível
que nos trespassa o corpo com as pupilas da brisa.

António Ramos Rosa