I.

Desmembradas sobre arenito
flores, folhas
talvez alguma pluma ou semente
entorpecerão a sobriedade e o amor tão simples
como a realidade
sobre os sonhos.

II.

Duas pedras
em sua elevada consistência
compartem um antigo silêncio
mineral.

Alguma força
reuniu suas linhagens de dureza
a vitória com que vestem sua memória
sedimentada, mítica.

Milhares de pedras diminutas
testemunham o anseio de Medusa em suas pupilas
o silêncio que a une
Início e Fim de sua linguagem.

III.

Encerradas
em suaves e delicadas ondas
a parelha,
entre outras, milhares de pequenas pedras
cada uma maior ou menor – pensa –,
como uma antiga refutação
se o arenito lhes une ou separa
ou se é cúmplice maré de aerólito.

A cada mínimo pedregulho
uma palavra que não consegue dizer
mundos possíveis para abraçar ou separar
aleatórias despedidas
uma única noite
e a cópia da cópia dessa noite
em um eco ao infinito.

O Amor
ou o Nada
e sua reverberação.

Alejandra Solórzano