Something else "Não conhecemos a dor. Não queremos conhecê-la, nas sociedades anestesiadas em que vivemos, no mundo ocidental ou ocidentalizado.(...)Desde os Gregos que a dor é, ou evitada, ou sublimada, ou barbarizada (vulgarizada). No mundo de paixões que era o da tragédia antiga, a dor - tal como a beleza e a alegria, o canto e o êxtase - , é matéria-prima da vida ritualizada. Depois, a vida foi-se dessacralizando, tornou-se mais baça...e mais longa. Ficámos mais sós. Sós, não porque nos faltassem os outros, muito pelo contrário. Ficámos sós porque fomos amputados de alguma coisa que era parte de nós." João Barrento, in A espiral vertiginosa, Cotovia, 2001. --------