Paixão intacta Se é verdade que um livro que nos agrada de modo profundo é sempre um território de fruição, há certos momentos de vida em que esse tempo de refúgio na solidão e no silêncio pode ser visto como regenerador; "Paixão intacta", de George Steiner (ed. Relógio d'Água), oferece um enorme prazer ao falar do acto da leitura, do tempo, da vida com os livros; envolve, densifica, dá gosto. E ainda oferece poemas como este, de Ben Bellitt: Escrevo, à maneira póstuma, na pedra lisa de uma lápide com a tinta de um canteiro, como tu; uma data de antólogo e um asterisco, um sinal de parêntesis no gás dos construtores de pirâmides, um obelisco rodopiando com Vespas num venenoso desfile de automóveis. --------