Modus vivendi

"bene senescere sine timore nec spe"

blogue de Ana Roque

Arquivo de junho 2015


30 de Junho de 2015

Henri Martin

Henri%20Martin.jpg a sombra de um sorriso


30 de Junho de 2015

A Festa do Silêncio

Escuto na palavra a festa do silêncio. Tudo está no seu sítio. As aparências apagaram-se. As coisas vacilam tão próximas de si mesmas. Concentram-se, dilatam-se as ondas silenciosas É o vazio ou o cimo? É um pomar de espuma. António Ramos Rosa


29 de Junho de 2015

São Pedro

s.pedro.jpg no seu dia


29 de Junho de 2015

Dúvidas

Não, as palavras não fazem amor fazem ausência Se digo água, beberei? Se digo pão, comerei? Alejandra Pizarnik


27 de Junho de 2015

São João de Arade

sao%20joao%20arade Ferragudo em dia de verão


27 de Junho de 2015

O Lado de Fora

Eu não procuro nada em ti, nem a mim próprio, é algo em ti que procura algo em ti no labirinto dos meus pensamentos. Eu estou entre ti e ti, a minha vida, os meus sentidos (principalmente os meus sentidos) toldam de sombras o teu rosto. O meu rosto não reflecte a tua imagem o meu silêncio não te deixa falar, o meu corpo não deixa que se juntem as partes dispersas de ti em mim. Eu sou talvez aquele que procuras, e as minhas dúvidas a tua voz chamando do fundo do meu coração. Manuel António Pina


25 de Junho de 2015

Charles Courtney Curran

curran_shore_erie_bio.jpg verão azul


25 de Junho de 2015

O Meu Tempo

Agora as pessoas não sabem morrer estar doentes sofrer ter prazer tocar-se dantes também não (Ó mais nu e branco dos homens) Adília Lopes


24 de Junho de 2015

Descrição da Mentira

Que verdade existe no ventre das pombas? A verdade está na língua ou no ventre dos espelhos? A verdade é o que responde às perguntas dos príncipes? Qual é então a resposta à pergunta dos oleiros? Se levantares uma túnica encontrarás um corpo mas não uma pergunta: para quê as palavras enxutas em cíngulos ou as construídas em esquinas imóveis, as convertidas em lâminas e, em seguida, despojadas e ávidas? Ou melhor: alguma vez fui cínico como asfalto ou pelame? Não se trata disso, apenas que o asfalto possuía a minha memória e as minhas exclamações relatavam a perdição e a inimizade. A nossa sorte é difícil reclusa na beladona e nos recipientes que não devem ser abertos. Sujo, sujo é o mundo, porém respira. E tu entras no quarto como um animal resplandecente. Depois do conhecimento e do esquecimento que paixão me concerne? Não hei-de responder mas sim reunir-me com tudo o que está oferecido nos átrios e na distribuição dos resíduos, com tudo o que treme e é amarelo debaixo da noite. Antonio Gamoneda


24 de Junho de 2015

Chagall

marc%20chagall.jpg o dia mais brilhante


23 de Junho de 2015

Viver

Vivo na ilusão da água infinita e da sede saciada em goles. Vivo como intruso destruindo o que não me pertence. Alcanço o fruto e o desfruto. Deixo o sumo escorrer pelas mãos. Vivo na desilusão de me intrometer como abuso. Pedro Du Bois


22 de Junho de 2015

O quarto

Vocês devem achar, sem dúvida, que o quarto esteve vazio. Mas lá havia três cadeiras de encosto firmes. Uma boa lâmpada para afastar a escuridão. Uma mesa, sobre a mesa uma carteira, jornais. Buda sereno, Jesus doloroso, sete elefantes para boa sorte, e na gaveta - um caderno. Vocês acham que nele não estavam nossos endereços? Acham que faltavam livros, quadros ou discos? Mas da parede sorria Saskia com sua flor cordial, Alegria, a faísca dos deuses, a corneta consolatória nas mãos negras. Na estante, Ulisses repousando depois dos esforços do Canto Cinco. Os moralistas, seus nomes em letras douradas nas lindas lombadas de couro. Os políticos ao lado, muito rectos. E não era sem saída este quarto, aos menos pela porta, nem sem vista, ao menos pela janela. Binóculos de longo alcance no parapeito. Uma mosca zumbindo - ou seja, ainda viva. Acham então que talvez uma carta explicava algo. Mas se eu disser que não havia carta nenhuma - éramos tantos, os amigos, e todos coubemos dentro de um envelope vazio encostado num copo. Wislawa Szymborska


21 de Junho de 2015

Akseli Gallen-Kallela

A%20Primavera%20do%20finland%C3%AAs%20Akseli%20Gallen-Kallela%20pintada%20em%201903.jpg Primavera finlandesa, pintada em 1903


21 de Junho de 2015

Verão boreal

O verão do hemisfério norte é chamado de "verão boreal", e o do hemisfério sul é chamado de "verão austral". O "verão boreal" tem início com o solstício de verão do Hemisfério Norte, que acontece cerca de 21 de junho, e termina com o equinócio de outono nesse mesmo hemisfério, por volta de 23 de setembro.


18 de Junho de 2015

Vincent Van Gogh

vg.jpg as cores do dia


18 de Junho de 2015

Sempre

Na voracidade feito tempo multiplico necessidades. Não deixo a imagem perdurar. Substituo feitos anteriores: o produto recondicionado transcende ao mito desprotegido. A fome permanece como sempre. Pedro Du Bois


17 de Junho de 2015

Edgar Maxence

edgarmaxence-posterforjobcigarettepaper19001.jpg apelo ao fumo


17 de Junho de 2015

Capricho

Há momentos em que me apetece tagarelar com as senhoras que jogam canasta; ter um chapéu de plumas roxas para exibir na pastelaria; ser filantropo ultramarino com piscina e ninfas abstractas; não conhecer os livros de Gorki nem as fitas de Charlot; ouvir, regalada, o riso do palhaço e não me infiltrar na sua alma; dar esmola aos espantalhos sem meditar na nossa dignidade; espreguiçar-me sobre um leito de violetas e - já que tenho de cantar - dedicar o meu canto às nuvens e aos pássaros e a mais ninguém senão às nuvens e aos pássaros. Ilse Losa


16 de Junho de 2015

Conta e Tempo

Deus pede estrita conta de meu tempo. E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta. Mas, como dar, sem tempo, tanta conta Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo? Para dar minha conta feita a tempo, O tempo me foi dado, e não fiz conta, Não quis, sobrando tempo, fazer conta, Hoje, quero acertar conta, e não há tempo. Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta, Não gasteis vosso tempo em passatempo. Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta! Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo, Quando o tempo chegar, de prestar conta Chorarão, como eu, o não ter tempo… Frei António das Chagas


15 de Junho de 2015

Enigma

entre o som o sono o sonho a sombra e a sobra eu me decomponho em escombros em farpas e agulhas escarpas e fagulhas desfeito enfim em fogos de artifício feito estrelas de mim esfinge autoantropofágica que não se decifrou e que a si mesma se devorou Elmar Carvalho


14 de Junho de 2015

Lamento de Calipso

Primeiro foi o bule, de seguida foi a asa. Que mais irás quebrar. Não sei o que fazer com o teu sim, o teu não, o teu passa-me o açúcar. A distância dos teus olhos, não a sei abreviar, o latido dos teus sonhos não me deixa adormecer. Gostava de te amar um pouco menos, de voltar ao meu rebanho de feridas e sopores, regressar ao rijo barro dos domingos em que não te conhecia, ao supor de suas tardes, quando ainda não sabia da dureza do cimento nem dos modos de quebrar e ser quebrado. José Miguel Silva


14 de Junho de 2015

Sergei V. Arsenyevich

Sergei%20V.%20Arsenyevich%2C%20La%20Dame%20Au%20Balcon%2C%201916.jpg verão, em 1916


14 de Junho de 2015

Autobiografia

Não preciso mas tu sabes como eu sou Encaminho-me pouco divirto-me assim nas copas Das árvores soprando pensamentos para o mundo que há de noite. As pessoas quando acordam são outras, já sabias, Essa névoa contemporânea do medo miudinho Que perdemos nas cidades e nos corpos, tu entraste Antes de mim nos jogos, o enxofre da música e o Lago do feitiço, inocente homem breve que sonha Tu bem sabes. Depois aluguei a bruxa por uma vasta noite. E a minha vida mudou, a noite cresceu, A vertigem ardeu-me nos braços até a sangria Do tédio quando para sempre julguei que te perdia. Na luta perdi um ou dois braços, Mais do que o que tinha. Mas esta memória é um palácio, São corais no pensamento. Jardins e fantasmas, O gume nas mãos sorvendo, criança estratosférica E profunda: sem braços e agora sem mais nada. Não me percebeste, enchi-me de fúria. É uma arte, queria eu dizer, matar sem retrocesso e Atraso – ah aqueles braços para apoiar as mãos - , Ceifando. Saturno e o vento na proa erguendo. O navio no mar parado, parado completamente. Parado. Como dizer? Não dizer, eu sou uma vida Medonha e múltipla. E agora descanso Deitado nestas mãos que mexem Sem apoio, sabes, nascendo dos teus olhos P’la manhã. Rui Costa


13 de Junho de 2015

François-Marie Firmin-Girard

Marie-Fran%C3%A7ois%20Firmin-Girard1.jpg cores distantes


13 de Junho de 2015

Um dizer ainda puro

imagino que sobre nós virá um céu de espuma e que, de sol em sol, uma nova língua nos fará dizer o que a poeira da nossa boca adiada soterrou já para lá da mão possível onde cinzentos abandonamos a flor. dizes: põe nos meus os teus dedos e passemos os séculos sem rosto, apaguemos de nossas casas o barulho do tempo que ardeu sem luz. sim, cria comigo esse silêncio que nos faz nus e em nós acende o lume das árvores de fruto. diz-me que há ainda versos por escrever, que sobra no mundo um dizer ainda puro. Vasco Gato


11 de Junho de 2015

Charles Rennie Mackintosh

Charles%20Rennie%20Mackintosh.jpg espelhos vários


11 de Junho de 2015

Con toda la mar detras

Solo él tiene el derecho de tutearle a la mar le parieron mar adentro y se le quedó la sal lamiendole los origenes enseñandole el cantar que interpreta en cubierta el furor del vendaval. 36 y el 37 que salieron a la mar una mañana de marzo poco antes de clarear. Trabajadores del agua que no se saben marear masculinos como el viento gruñidos en temporal mirar ahí van, mirar ahí van, los que en tierra firme no saben andar que beben vino y no saben nadar porque el destino no les quiso enseñar. Miradlos bien, miradlos bien, son 37 y antes eran cien, son orgullosos, son gente de fe eran pescadores antes de nacer. Se levantó la alborada sin quererlos avisar y al entrar en la ensenada comenzaron a zozobrar. El piloto está borracho y lo tiene que amarrar y naufragaron despacio, como intentado esperar. Solo el piloto ha quedado para poderlo contar desde ese dia borracho ya nunca sale a la mar y no hay suficiente vino para comprarle la sed y busca un verdugo amigo y nadie lo quiere ser mirar ahí va, mirar ahí va, el que en tierra firme no sabe andar que bebe vino y no sabe nadar porque el destino no le quiso enseñar. Miradlo bien, miradlo bien, eran 37 y solo queda él, es orgulloso, es gente de fe era pescador antes de nacer. Que nadie levante un vaso, que nadie se atreva a hablar, que está pasando un marino, que está pasando un borracho, con toda la mar detras. Patxi Andión


10 de Junho de 2015

Regularidade

Habito a regularidade dos vizinhos: levanto em encaminhadas manhãs. Alimento o pássaro encarcerado. Alimento paixões desenfreadas. Aumento o volume do rádio. Almoço e janto. Tomo remédios proscritos em visitas habituais. Pedro Du Bois


10 de Junho de 2015

O pão

Há pessoas que amam Com os dedos todos sobre a mesa. Aquecem o pão com o suor do rosto E quando as perdemos estão sempre Ao nosso lado. Por enquanto não nos tocam: A lua encontra o pão caiado que comemos Enquanto o riso das promessas destila Na solidão da erva. Estas pessoas são o chão Onde erguemos o sol que nos falhou os dedos E pôs um fruto negro no lugar do coração. Estas pessoas são o chão Que não precisa de voar. Rui Costa


10 de Junho de 2015

Edgar Maxence

Edgar%20Maxence1.jpg segredo


9 de Junho de 2015

Traço comum

descalço-me de sombras para chegar a ti as linhas do meu rosto são claríssimas nelas não vês o velho, a criança, o adulto vês apenas o traço comum que é onde eu procuro a tua mão na transparência da minha palavra inteira Vasco Gato


8 de Junho de 2015

David Inshaw

David%20Inshaw%2C%20The%20Raven%2C%201971.jpg o corvo, 1971


8 de Junho de 2015

Poema inútil com montanha

Vejo a montanha à minha frente pousada Sobre a água sempre verde, e penso na inutilidade De tudo o que ela é, e na inutilidade de estar pensando nisto, Quando um pensamento inútil me sugere Que a montanha pode ser Um pormenor pensado por ela Na paisagem do meu próprio pensamento, para Com isto me levar a pensar sobre pensamentos, E não sobre montanhas, ficando ela, como antes, Pousada na água sempre verde, sem ser Pensada por ninguém. Rui Costa


6 de Junho de 2015

Luigi Lucioni

Portrait%20of%20Mili%20Monti%2C%201941%20by%20Luigi%20Lucioni.jpg retrato de Mili Monti, pintado em 1941


6 de Junho de 2015

A Música

A música partilha com a flor a carne que se alaga como um copo. A música é um rizoma atómico cheia de sílabas grossas e finas no peito maduro da onda. Por isso a onda cai e a flor também. E se te digo sei que ficas triste e é quando substituis essa geração de força por dois pequenos vasos à entrada do teu dorso (e qual és tu e qual sou eu é uma haste subindo) Do teu lado esquerdo é dia. O vestido é branco e aponta a cidade a que chegas com os dedos, rodando os ombros mas não a cabeça. O teu olhar é uma ferida musical sem verbo fixo: a penumbra bate às vezes na pálpebra, outras na imaginação. A queda gera o seu próprio impulso, como se fosse o preen- chimento de uma forma: chama-se amor e serve para os ouvintes ouvirem o esbracejar do desejo, esses versos de asa silenciosa- ouves? Há poetas azuis que julgam que a coerência é um pardal azul (da goela até aos pés). Normalmente limpam os óculos com coerência, em vez de com (enfim) e depois vêem o mesmo pardal, a todas as horas do dia e da noite, sentado azul- mente sobre o seu nariz azul. Pela direita, dizes que os versos não caem se mudares constantemente o chão. Mas os sonhos sim, e que a transla- ção do vento sabe do remorso dos bichos mais pequenos: procura as palavras junto ao chão e se não me vires, é porque o silêncio é também a música e canto-a sem nome para ti Rui Costa


5 de Junho de 2015

Campbell A. Mellon

Campbell%20A.%20Mellon%20%281876-1955%29%20-%20The%20Windmill.jpg o moinho


5 de Junho de 2015

Fragmento de frio

Porque cegamos No dia que sai connosco, E porque vimos o nosso hálito Embaciar O espelho do ar, A nada se abrirá O olho do ar Senão à palavra Que renunciamos: o inverno Terá sido um espaço De maturidade. Nós que nos tornamos nos mortos De outra vida que não a nossa. Paul Auster


3 de Junho de 2015

Pergunta-me

Pergunta-me se ainda és o meu fogo se acendes ainda o minuto de cinza se despertas a ave magoada que se queda na árvore do meu sangue Pergunta-me se o vento não traz nada se o vento tudo arrasta se na quietude do lago repousaram a fúria e o tropel de mil cavalos Pergunta-me se te voltei a encontrar de todas as vezes que me detive junto das pontes enevoadas e se eras tu quem eu via na infinita dispersão do meu ser se eras tu que reunias pedaços do meu poema reconstruindo a folha rasgada na minha mão descrente Qualquer coisa pergunta-me qualquer coisa uma tolice um mistério indecifrável simplesmente para que eu saiba que queres ainda saber para que mesmo sem te responder saibas o que te quero dizer Mia Couto


2 de Junho de 2015

Jeanne Mammen

jeanne%20mammen%201925.jpg a coragem de pintar, 1925


2 de Junho de 2015

Do raso silêncio

Livram-se de súbito árvores dormidas no barlavento de mágoas íngremes frente aos cotovelos que te desprendem ao sorriso desses rios passageiros. Mais à noitinha a sua curva de ervas doiradas desvairam-se longamente cheias de cheiros graves e furtivos. Ganham voo esquecido mesmo que emparelhados atrás do cesto de frutas a escorregar contra a espiga do peito férreo apodrecidas. Ervas roucas urgentes de um verde prata inimaginável. Cheias de ervas a sede. Sede gémea às luzes arrastadas pela pele curável da tua sombra, só tua até doer. Húmida essa ferida noite sem permanecer sobre nada e soltas uma sílaba de paixão falando-te puro aos ricos pastos dentro do raso silêncio. Vai doer-me ver-te porque sou assim virado para ti ó natureza comovente... E quando pouso toda a alma no que é teu e meu ouvimos essa brisa melancólica só nossa só nossa. Escuto a aflição da dor anoitecida. Alegre dor da noite navegada em redor do lume da foice perdemo-nos nas ondas feitas de vento a entrar e sair soletrado. Ingenuamente as colinas limpas sem orientação e preconceito invisíveis no amor de ti encostado contra as faces virado de costas. Deves tudo isso aos nossos lábios úteis. Corremos novos na roupa das estepes paradas por cima do estremecimento da palavra doutras searas então vigilantes. Fossem ignorantes nossas também. Nunca poderão partir os lamentos dessa pouca exaltação. Mas relembro-te para fechares extenso alguns cristais abandonados das tuas veias galácticas e a tremer como uma sonâmbula alvorada nua. Sais pela raiz da lua fora porque a sua amável cara de criança vem-te beber da terra flutuante num encontro interdito a essas belíssimas mãos tão fielmente compostas. Filipe Marinheiro


1 de Junho de 2015

Quem sabe um Dia

(...) Sentir primeiro, pensar depois Perdoar primeiro, julgar depois Amar primeiro, educar depois Esquecer primeiro, aprender depois Libertar primeiro, ensinar depois Alimentar primeiro, cantar depois Possuir primeiro, contemplar depois Agir primeiro, julgar depois Navegar primeiro, aportar depois Viver primeiro, morrer depois Mário Quintana