Modus vivendi

"bene senescere sine timore nec spe"

blogue de Ana Roque

Arquivo de junho 2012


30 de Junho de 2012

George Owen Wynne Apperley

Apperley_George_Owen_Wynne_Granada_Rose.jpg Rosa de Granada, assim lhe chamou o pintor


30 de Junho de 2012

Passos de viajante II

Nas viagens que fiz Vi pessoas, com ares e olhares provocantes Sentei-me em lugares e espaços vazios de ti Olhei saltimbancos, mesteirais e tantos outros… E procurei, em desespero, a palavra que sou eu. Vivi momentos onde o castigo da ausência Me agarrouàquele chão, àquela terra E onde, na verdade, qualquer orgulho feito de lama Foi a minha estrada, o meu caminho e cada gesto ateu dos outros foi o meu altar Onde te procurava, em vão, e prosseguia, fazendo de meu cúmplice, o chão. Nas viagens que faço Naquelas onde o caminho nem sequer parece sinuoso Mascaro-me com aquilo que os outros não vêem E tento apanhar a última sílaba de mim. Procuro-me nas ruas e vielas deste lugar E daquele outro lá mais à frente Estranho os passos estranhos que dou E procuro, assim, eternecer a minha noite Mas nem sempre gosto deste sargaço vizinho… Preferia sonhar com a lua, como em criança E ficar lá, para outras aventuras. Nas viagens que ainda farei Não procurarei equações bizarras, teoremas complicados Nem farei teses de doutoramento sobre as palavras Procurarei, isso sim, Sorrisos em caleidoscópio, Almas magenta, E gestos de prata … Serão estes Poderes que me elevarão às Alturas e farão de mim, ave. V.G.


29 de Junho de 2012

Dia de São Pedro

S%C3%A3o%20Pedro.jpg São Pedro, pescador no lago de Genesaré, na Galileia, a fechar o cortejo amável de santos populares


29 de Junho de 2012

Teoria sobre as coisas felizes

(gentileza de Violante) Conheço as coisas pelos olhos. Seus olhos redondos e leves, que levam as mãos de orvalho até ao fundo do coração. Coração de lágrimas, coração de rosas. E sinto-as. Sinto-as quando sobem pela pele como se fossem navios a unir todo o mar. O mar que move o mundo e o sustenta com suas traves de água imensa. O mar das coisas felizes. Carlos Lopes Pires


28 de Junho de 2012

George Owen Wynne Apperley

George%20Apperley.%20Enigma%20private%20collection.jpg enigma


28 de Junho de 2012

Passos de viajante

Nas viagens que faço Naquelas onde o caminho nem sequer parece sinuoso Mascaro-me com aquilo que os outros não vêem E tento apanhar a última sílaba de mim Procuro-me nas ruas e vielas deste lugar E daquele outro lá mais à frente Estranho os passos estranhos que dou Procuro, assim, eternecer a minha noite Mas nem sempre gosto deste sargaço vizinho Preferia sonhar com a lua, como em criança E ficar lá, para outras aventuras. V.G.


26 de Junho de 2012

Bicicleta de recados

(agradeço ao remetente, sem o mencionar, como prefere) Na minha bicicleta de recados eu vou pelos caminhos. Pedalo nas palavras atravesso as cidades bato às portas das casas e vêm homens espantados ouvir o meu recado ouvir minha canção. Na minha bicicleta de recados eu vou pelos caminhos. Vem gente para a rua a ver a novidade como se fosse a chegada do João que foi à Índia e era o moço mais galante que havia nas redondezas. Eu não sou o João que foi à Índia mas trago todos os soldados que partiram e as cartas que não escreveram e as saudades que tiveram na minha bicicleta de recados atravessando a madrugada dos poemas. Desde o Minho ao Algarve eu vou pelos caminhos. E vêm homens perguntar se houve milagre perguntam pela chuva que já tarda perguntam pelos filhos que foram à guerra perguntam pelo sol perguntam pela vida e vêm homens espantados às janelas ouvir o meu recado ouvir minha canção. Porque eu trago notícias de todos os filhos eu trago a chuva e o sol e a promessa dos trigos e um cesto carregado de vindima eu trago a vida na minha bicicleta de recados atravessando a madrugada dos poemas. Manuel Alegre


26 de Junho de 2012

Tempestade

Ouço o teu murmúrio, em ária fechada, Onde o meu corpo, se pudesse, matava a sede Há na imensidão dessa tua música-estrada O canto glorioso de quem navega sem rede. Inspiração de ninfas encantadas Marcas momentos de pasmo e pavor És porta e chão para essas vidas marcadas De almejo por um deus, diz quem sabe, menor. Marinheiros, soldados e conquistadores Soltam gritos vivos e almas sós nas marés Em lágrimas e saudades d’ilícitos amores Apenas por viveres neles e seres quem és. Trágica, bela, ingénua e infernal És marca d’água para poetas e amantes, Sinal-sombra desse elemento de sal E nascem de ti sabores vivos e bailantes. Faria da tua pele meu triste destino Com sonhos ancorados em firme terra Andaria nesse teu mar, nesse caminho Que segredos, mistérios e odes encerra. És tu. V.G.


25 de Junho de 2012

A palavra futuro

Como se diz em ouolof a palavra fronteira, a palavra pátria? E em soniké, como designareis o desamparo? Se quiserdes dizer em berbere, por exemplo, "eu tive uma casa num arrabalde de Rabat", poreis a frase nesta ordem? Como se conjugam em bambara os verbos que conduzem ao norte, que adjectivos se devem acrescentar à palavra mar, à palavra morte? Se tiverdes de partir, a palavra adeus será um substantivo? Como se pronuncia em diakhanké a palavra exílio? Há que juntar os lábios? Doem? Que pronomes usais para aquele que espera na praia, para o que regressa sem nada? Quando apontais para além, no sentido de casa, que advérbio escolheis? Como se diz na vossa, na nossa língua a palavra futuro? Berta Piñan, versão de Luís Parrado


23 de Junho de 2012

Apetece

Apetece Vestir o vestido de vermelho esquecido Onde tecidos, momentos e fogos-fátuos Dão pinceladas de música Àquele corpo de sabor agridoce E à vida verde esperança. É o vermelho? O fogo, a terra, a água e a brisa Atentos, como quem espera do Alto, Mais que simples cores, cheiros e sabores, Esculpem aquele corpo Vestido com vestido de vermelho esquecido. Nem sempre é o azul Que espelha o céu. V.G.


22 de Junho de 2012

Zambujeira do Mar

Zambujeira.jpg a cumprir um ritual


21 de Junho de 2012

Talvez Dobrado Azul

não é verdade talvez me esqueça velhíssimo do cansaço debaixo do pé um sinal revés no cimo a boca só a boca a alcançar a porta morta nas luzes tristes destes lábios Abreu Paxe


20 de Junho de 2012

George Owen Wynne Apperley

manton_de_manila%2C%20Apperley.jpg manton de Manila


20 de Junho de 2012

Pródigo

Destraçar o caminho replantado na grama sob os passos desconsiderar o avanço e retornar em plácido andar de retomada esquecer o desenho mapeado em escuros tesouros inatingíveis ser diletante: pai e mãe a recolocar no alpendre espantalhos ao espantado o filho. Pedro Du Bois


20 de Junho de 2012

Solstício de Verão

Em 2012, o Solstício de Verão ocorre no dia 21 de junho às 0h09m. Este instante marca o início do Verão no hemisfério norte, estação mais quente do ano e que vai prolongar-se por 93,65 dias - até ao próximo Equinócio, em setembro. Verão, precisa-se, com carácter de urgência.


19 de Junho de 2012

Val Prinsep

prinsepVal.jpg aproveitando a primavera, quase de partida


19 de Junho de 2012

Canção do Dia de Sempre

Tão bom viver dia a dia... A vida assim, jamais cansa... Viver tão só de momentos Como estas nuvens no céu... E só ganhar, toda a vida, Inexperiência... esperança... E a rosa louca dos ventos Presa à copa do chapéu. Nunca dês um nome a um rio: Sempre é outro rio a passar. Nada jamais continua, Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança Das outras vezes perdidas, Atiro a rosa do sonho Nas tuas mãos distraídas... Mário Quintana


17 de Junho de 2012

Johann Baptist Homann

SPB-Hommann-prev%20vai%20ancient%20maps%20and%20engravings.jpg S. Petersburgo e arredores, nos idos setecentistas


17 de Junho de 2012

São Petersburgo

Entre livros em profundo desarrumo, em não contáveis serões diurnos, nos dias inverticais, sem prumo ou compasso (dias de tempo lasso), penso em são Petersburgo, ali a um passo Dizem que existe, lugar assim, onde os dias cosem, por dentro, como um beijo, esem embaraço. Sem aleijar. Já a minha avó me chamava russo És o meu russo, dizia, como quem faz uma festa(e fazia), com os seus lindos olhos claros, de fio e costura. És o meu russo, mais ninguém o é - assim dizia, com os olhos que foram também de minha mãe - que de mim tudo sabia, p’ra lá do que acontecia E é bem verdade, a haver verdade; Quem busca coincidências sempre as encontra ainda que seja cedo ou tarde. E dizem, como facto assente, (com o possível rigor das coisas que podem ser ditas) que esse lugar existe - e lá está o perto. São Petersburgo, onde riem os russos Rui A.


16 de Junho de 2012

prinsep2.jpg melancolia romântica, passe o pleonasmo


16 de Junho de 2012

Poema de um homem algo descontente

Dizem que escrever é arte de ourives Algo como fazer magia com os dedos Não sei nunca ninguém mo disse Nunca ninguém mo explicou Daí talvez lamentavelmente não estar convencido Mas penso e nisso pareço estar no meu passo Escrever não é para um homem feliz Rui A.


16 de Junho de 2012

Figueira com pássaros

Nas traseiras da minha graça há uma figueira __Ainda os figos não são figos e já os pássaros os pássaros entram nas verdes polpas com os seus bicos espetam as almas no doce amargo dos frutos e depois queixam-se __A toutinegra não se cala __ o melro passa por cima __a pardalada prefere o arbusto do telhado e as migalhas da vizinha velha que sabe o que fazer para manter os diálogos Porque há presença do Tejo no hálito dos pássaros os figos hão-de ser melhores que os concorrentes orientais os talvez de Alexandria __ou de qualquer oriente Boa graça __bons figos Abel Neves


15 de Junho de 2012

Val Prinsep

My_Lady_Betty_Valentine_Cameron_Prinsep.jpeg retrato de Lady Betty


14 de Junho de 2012

Bruta

A pedra brutamente cortada brutamente transportada brutamente transformada brutamente assentada brutamente cinzelada brutamente esculpida brutalmente polida na pedra bruta remanesce. Pedro Du Bois


14 de Junho de 2012

Aos Estudantes Gregos, De Repente

Recordem-se, jovens vivos (não falo aos mortos) que é jovem também o tempo para vós. Aqui olham-vos como velhos, os que têm a vossa consciência e também a vossa idade. Um dia, que para estes vossos irmãos é hoje, sabereis também vós que o pior inimigo que vos fere e vos mata é melhor do que os que mandam neste cinzento dia do futuro. Os Fascistas não tocam a alma. Eu sei que no meu país por vinte anos o tentaram: mas rapazes e homens ficaram iguais aos de todos os séculos. Matai-os, metei-os na prisão como fazem eles. São poucos. Secam e tornam a crescer como a grama. O povo era o trigo que não morre. Agora começa a morrer. Alguém lhe tocou a sua alma. Rapazes e homens vivem, selvagens, como num sonho. São como loucos, não conhecem piedade, giram, o rosto branco como renegados por um pouco de riqueza e liberdade que talvez quisessem mas que não ganharam. Deram-lha, não de boa mente, os velhos Antifascistas que são os autênticos Fascistas... que são os líderes, da Aculturação e não só tocam as almas mas também as sugam no Centro como vampiros, deixando os corpos cobertos de sombra e tísica branca, megeras com grandes cabeleiras de merda com mais nenhum outro amor do que o do Motor, porque não? que fazer do Sexo em liberdade? Amadurece nos campos, entre as pedras, o trigo com o silêncio e o canto das cigarras: é ali que nascem os filhos obedientes, os soldados e os heróis como os de entre vós que estão mortos. Pasolini, trad. Manuel Simões


14 de Junho de 2012

Val Prinsep

Valentine%20Cameron%20Prinsep-c.jpg aquele cabelo não me é estranho...


14 de Junho de 2012

Há dias assim

Nos dias de luta Nos dias de lata Nos dias de luto Nos dias de prata Nos dias de tinta a escorrer as águas Nos dias de sangue que se faz lava Nos dias que lavam suor e escada Nos dias de cifra nos mais transparentes Nos dias nos passos Nos dias mais quietos Nos dias que partem aqueles que ficam Nos dias de vasos Nos dias de fitas Nos dias de Outubro a Setembro Nos dias nenhuns Nos dias nas ervas Nos dias ruins Nos dias que erguem voltagens em mil Nos dias sem margem Nos dias que acham Nos dias que são Nos dias esquecidos Nos dias refeitos Nos dias de prémio Nos dias refugos Nos dias caminho Nos dias centrados Nos dias que não Nos dias de hábito e nos dias nus Nos dias de saldo Nos dias inteiros Nos dias mais rotos Nos dias vestidos de poucos amigos Nos dias sem rosto Nos dias sem espinhas Nos dias de haver e nos de chegar Nos dias sem mote Nos dias de jogo Nos dias de vasos de vasos no mar Nos dias já feitos e nos por fazer Em todos os dias, ou estes ou outros que não sei contar há traços comuns pedaços iguais por exemplo um comprimido a acordar e outro ao deitar E isso levanta toda uma série de questões Nomeadamente à volta da medicina e dos seus resultados Mas poderá não ser dia para essas pachorras Espero que um pardal me venha à mão e não por falta de saúde e por isso me calo, para que aconteça E é claro que não sei Rui A.


11 de Junho de 2012

Val Prinsep

Prinsep%2C_The_Queen_was_in_the_Parlour.jpg uma rainha pré-rafaelita


11 de Junho de 2012

A herança

A minha mãe ensinou-me a bordar: o dedal no dedo médio, usar o fio em pequenas meadas, ensinou-me a fazer o ponto de bainha dupla e a dispor a loiça de porcelana: primeiro as bandejas, depois os pratos e os copos. A minha avó ensinou-me a engomar: o lenço de criança dobrava-se num triângulo, como o de solteira, só o de cavalheiro se dobrava em forma de rectângulo. - Então és filha de boas famílias. - Não, sou a filha das criadas. Cristina Morano, versão de Luís Parrado


10 de Junho de 2012

Memória

Pelo vão da porta insiro a memória cobro pela entrega o gesto desprendido do envelope sob a porta envelopo a série e na espera tenho a sequência mnemônica dos atrasos a companhia alarma a casa e sobre o assoalho repousa a prova na memória avivada dos extremos. Pedro Du Bois


9 de Junho de 2012

Poesia mínima III

Quando sonho, sou outra. Inauguro-me. Helena Kolody


9 de Junho de 2012

Quinta do Lago

qlago.JPG a beleza constante da ria Formosa


9 de Junho de 2012

Ler Devagar

Estudos de género, História da arte Estética, Antropologia História universal, Psicologia Filosofia – em longa prateleira Guia completa de la publicidad The big book of greetings cards Pharaohs, L’age d’or de la France coloniale O único e a sua propriedade Educação – pedagogia, Teatro traduzido British pharmacopeia Um piano para cavalos altos Ecological hotels Memorial do coração E em fundo Lluis Llach Devia ser possível um homem encontrar-se Há lá profissão mais nobre que essa de pastor de aves Rui A.


5 de Junho de 2012

Val Prinsep

val%20prinsep9.jpg uma pose senhoril


5 de Junho de 2012

Sobras

Prefiro as sobras do banquete o vinho quente na garrafa o azedo da salada o restante da carne junto ao osso o guardanapo usado com esforço guardo a rolha em confirmação: aguardo o retorno inserido na minha vontade. Pedro Du Bois


4 de Junho de 2012

Por vezes

Por vezes não temos tempo Por vezes não chegamos a tempo Por vezes é tarde por vezes é cedo Por vezes não devíamos ter ido Por vezes perdemo-nos a avaliar o sucedido Por vezes morremos na praia Por vezes sem lá ter ido Por vezes somos pouco recomendável companhia Por vezes pouco simpática ausência e não só de nós próprios Por vezes fazemos as vezes fazemos de conta Por vezes vamos às sortes e ficamos partindo Por vezes partidos por vezes mais inteiros Por vezes a lágrima acontece por vezes não Por vezes limpando o dia por vezes deslavando o chão Por vezes um riso é manso por vezes estúpido Por vezes um sorriso é menos inteligente que tudo isso Por vezes vale mais que aqueles segundos todos antes Por vezes reflete o mundo e não é mau Por vezes agradecemos o que não sabemos Por vezes procuramos saber o que esquecemos Por vezes vale mais um berro que um beijo Por vezes vale mais um beijo que muito dinheiro Por vezes esquecemos a estátua Por vezes aquecemos a luz Por vezes valemos menos que a sombra que nos sai do ombro Por vezes descansamos na orla de uma almofada Por vezes dançamos no patamar do silêncio Por vezes somos nós por vezes os outros Por vezes simpáticos burros Por vezes intragáveis sabedores Por vezes levantamo-nos deitados Por vezes sozinhos por vezes sem sonho Por vezes com sono e às vezes cansados Por vezes lutamos e há vezes que não Por vezes somos delicados Por vezes somos o que somos em público e Por vezes isso até não é mau Por vezes chega ser bom Por vezes somos carne por vezes canhão Por vezes somos mais que às vezes Por vezes somos mais que apenas por vezes Por vezes é mesmo por vezes vai ser sempre Por vezes Menezes por vezes Correias Por vezes audazes por vezes rapazes Por vezes cobardes por vezes canalha Por vezes sem significado que o valha Por vezes sem ninguém que acuda Por vezes sem batalha e sem fuga Por vezes sem talho e sem foice aparecemos Por vezes mais ou menos Por vezes como se nada connosco fosse e por vezes não sendo Por vezes às vezes por vezes às vozes Por vezes são vezes martelando as teclas Por vezes concerto por vezes piano Por vezes meditando a folha em branco Por vezes respeitando o branco da folha Por vezes não calamos por vezes que chatos somos por não nos calarmos Por vezes calamos e ainda é mais desagradável Por vezes não ouvem por vezes ninguém tem culpa Por vezes tudo na palma da mão Por vezes não Por vezes um quarto de criança por vezes o asilo de um velho Por vezes no meio dias valiosos Por vezes trigo por vezes centeio Por vezes alcatra por vezes menos que o rabo de um boi Por vezes anjos ateus por vezes divinos humanos Por vezes acreditamos no que não vemos Por vezes provamos o que não temos e o que não somos Por vezes aceitamos por vezes dizemos sim Por vezes ficamos contentes Por vezes é tudo e o seu contrário Por vezes não é possível Por vezes quem dera que fosse Por vezes sabemos o que dizemos e porque dizemos Por vezes não há ordem nas frases Por vezes não deve haver ordem nas frases Por vezes mais vale cabermos Por vezes oxalá que não Por vezes é preciso saber andar Por vezes é preciso ser preciso Por vezes era melhor ser conciso Por vezes não Rui A.


3 de Junho de 2012

Val Prinsep

val%20prinsep.jpg domingo de primavera


3 de Junho de 2012

Poesia mínima II

Deus dá a todos uma estrela. Uns fazem da estrela um sol. Outros nem conseguem vê-la. Helena Kolody


1 de Junho de 2012

Val Prinsep

Valentine%20Cameron%20Prinsep1.jpg da confiança na sabedoria


1 de Junho de 2012

Poesia mínima

Pintou estrelas no muro e teve o céu ao alcance das mãos. Helena Kolody